Fragata Iraniana IRIS Jamaran derivada de navio britânico

31-10-2010 13:53

 

 



Irã, apresenta primeira fragata fabricada localmente
Zamaran (IRIS Jamaran), é derivada de navio britânico

Fonte: Area Militar

A primeira fragata construída no Irã, baptizada «Zamaran»[1] foi lançada  na presença do supremo líder religioso o Aiatolah Ali Khamenei.

O navio lançado aparenta ser uma cópia das pequenas fragatas da classe Alvand, que têm um deslocamento máximo de cerca de 1350t e que foram construídas no final dos anos 60 por encomenda do governo iraniano no tempo do Xá Rheza Palhevi.

Os navios deste tipo estão relacionados com uma das mais importantes acções da marinha dos Estados Unidos depois da II guerra, em que a força se envolveu directamente em combate com navios de outro país.


Bridge console of the IRIS Jamaran.


Durante a operação «Praying Mantis» em 18 de Abril de 1988, a marinha norte-americana em retaliação contra o bloqueio do Golfo Pérsico pelo Irão[2] desencadeou um ataque contra uma plataforma petrolifera iraniana que estava a ser utilizada como plataforma de tiro.

Os iranianos responderam enviando pequenas lanchas patrulha para atacar alvos americanos e esta resposta iraniana desencadeou uma contra-resposta muito mais poderosa. Nesse ataque, as forças norte-americanas afundaram uma das quatro fragatas da marinha iraniana e danificaram seriamente outra.

Os iranianos recuperaram o navio danificado e ao longo do tempo têm efectuado modernizações regulares nos navios, o que explica a capacidade demonstrada para construir um novo navio. A somar ao agora lançado «» um segundo navio do tipo está em construção e deverá ser lançado proximamente.

 

Experiência ganha com o tempo e necessidade

As dimensões e disposição de sensores e armamento são basicamente iguais às fragatas da classe Alvand, mas o armamento principal é constituído por uma peça de 76mm de fabrico italiano. Embora a imprensa iraniana faça continuamente afirmações de que tem capacidade para produzir todo o tipo de armas, não escapou ao analista atento, que os pequenos patrulhas da classe «Kaman» começaram a ser retirados de serviço, após trinta anos de serviço. As torres e os respectivos canhões normalmente têm uma duração superior ao resto do navio e são geralmente aproveitadas. A retirada de serviço dos patrulhas disponibilizará um total de 10 torres armadas com canhão de 76mm. O sistema de controlo de tiro do armamento principal também aparenta ter tido a mesma origem.
Ao afirmar que produz o seu próprio armamento o Irão limita eventuais problemas para empresas europeias que podem eventualmente colaborar na modernização dos sistemas.

O armamento secundário é composto por uma peça de 40mm Bofors.
Ainda que aquando da entrega do navio não fossem mostrados mísseis, ele contará com mísseis de fabrico chinês do tipo C802, que já equipam as anteriores fragatas.

A principal diferença relativamente aos restantes três navios de construção britânica é a transformação da popa do navio, de molde a incluir uma pista de pouso, para um helicóptero, ainda que não exista hangar, por total falta de espaço dado o pequeno deslocamento dos navios.

Um equipamento que não pode ser replicado dada a sua complexidade foi o sistema motriz, constituído por duas turbinas Rolls Royce Olympus com uma potência total de 40.000cv. Os navios serão equipados apenas com dois motores Diesel, com uma potência de 20.000cv. Por esta razão, os novos navios deverão atingir uma velocidade máxima de 28 nós contra os 39 nós dos navios de que derivam.

Ainda que se trate de uma cópia de um navio com 40 anos, o lançamento deste navio é uma afirmação da determinação da marinha do Irão – normalmente o mais mal tratado dos ramos das forças armadas do país – em desempenhar algum tipo de missão.

É no entanto difícil de entender que tipo de missão lhes poderá estar destinada. Os navios estão equipados com mísseis anti-navio, mas não possuem mísseis para defesa aérea. Especula-se que poderão receber um sistema CIWS de origem chinesa, mas ainda assim, a marinha iraniana continua a uma distância enorme do que pretendia ser nos anos 70, quando o regime do Xá encomendou os contratorpedeiros da classe Kidd.

Também é claro que em caso de conflito a marinha será o primeiro, mais óbvio e também o mais desprotegido alvo para um ataque. Qualquer missão que seja atribuída à marinha iraniana será sempre suicida, como se viu no confronto de 1988. É normalmente aceite que estes navios não têm qualquer capacidade para sobreviver em qualquer tipo de conflito, pelo que a sua utilização deverá ser acima de tudo no campo da promoção e propaganda do regime.

Também por esta razão, os investimentos navais nos últimos trinta anos, têm sido especialmente em pequenas lanchas atribuídas aos guardas da revolução, que mais facilmente podem ser utilizados como suicidas.

[1] – O nome da classe é normalmente referido como «Movaj», que quer dizer Onda na língua Farsi.
[2] – O Irão tinha iniciado operações de colocação de minas destinadas a paralisar as vendas de petróleo do Iraque, impedindo o acesso de qualquer navio à região. Em 16 de Abril, apenas dois dias antes, uma mina iraniana quase afundou a fragata norte-americana Samuel B Roberts.

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